PGR pede prisão de Joesley, Ricardo Saud e ex-procurador Marcello Miller
- Luís Barreto
- 9 de set. de 2017
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Ministro Edson Fachin será o responsável por analisar os pedidos

BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República pediu nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva do dono da JBS, Joesley Batista, do diretor da empresa Ricardo Saud, segundo a Globonews, e do ex-procurador Marcello Miller. O advogado é suspeito de fazer jogo duplo, ou seja, atuar como investigador do grupo de trabalho da Lava-Jato e, ao mesmo tempo, defender os interesses de executivos da J&F no início deste ano, conforme entendimento unânime da equipe de auxiliares mais próximos do procurador-geral Rodrigo Janot. Miller continua a prestar depoimento na noite desta sexta-feira na sede da Procuradoria Regional da República da 2ª Região, no Centro do Rio. O depoimento já dura mais de sete horas. Os pedidos de prisão serão encaminhados ao relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin. Ele ainda não teve acesso aos pedidos. A tendência é que examine com cautela ao longo do fim de semana antes de tomar uma decisão.A equipe do procurador-geral considera que ao patrocinar a defesa do empresário Joesley Batista e outros delatores da J&F, controladora da JBS, o ex-procurador incorreu em crimes como envolvimento com organização criminosa, exploração de prestígio e obstrução de justiça.A tendência é de que seja pedida também a prisão dos executivos da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud.Ministros do STF teriam se irritado com o conteúdo de uma conversa de quatro horas entre Batista e Saud.Na conversa, gravada involuntariamente, os dois falam sobre arrancar do ex-ministro José Eduardo Cardozo revelações comprometedoras sobre ministros do STF.Os dois também discorrem sobre contatos e favores recebidos de Miller no período que pré-tratativas do acordo de delação premiada deles e de outros executivos da J&F.
Miller pediu exoneração em 5 de março desde ano, mas a portaria só passou de demissão só passou a valer a partir de 5 de abril. Neste período ele teria se apresentado como advogado e atuado em defesa dos interesses dos executivos da J & F.